A enxaqueca, que atinge de 10 a 20% da população mundial, é
uma doença neurológica crônica com diversas causas, como estresse,
desequilíbrios neuroendócrinos, alimentos com potencial alergênico e
deficiências nutricionais. A maioria das pesquisas que a relacionam à
alimentação refere-se às dietas de eliminação, que têm sido eficazes em alguns
estudos. Mesmo assim, é difícil estabelecer os alimentos que devem ser
evitados, uma vez que os limiares de tolerância variam entre os indivíduos.
A relação
entre dieta e enxaqueca necessita maior investigação e, segundo diretrizes da
Sociedade Brasileira de Cefaléia, a restrição dietética específica e
individualizada é indicada apenas para pacientes com histórico de associação
com alimentos comprovadamente desencadeantes.
Embora
seja fundamental que a orientação de inclusão ou exclusão de alimentos na dieta
seja realizada por um nutricionista de acordo com a sensibilidade de cada
indivíduo– para atender a necessidades individuais e evitar sobrecarga e
deficiência de nutrientes – selecionamos abaixo alguns alimentos que podem
desencadear uma crise e outros que podem ajudar no controle do problema.
Alimentos que podem desencadear a crise
·
Adoçante artificiais e produtos diet e light (aspartame e sucralose).
·
Nitratos e nitritos (carnes curadas, embutidos, salsicha e linguiça)
substâncias que aumentam a dilatação dos vasos sanguíneos.
·
Refrigerantes a base de cola, guaraná, café e o chá mate devem ser
evitados, pois possuem cafeína, substância que altera a circulação sanguínea.
·
Bebidas alcoólicas, vinho tinto e bebidas espumantes e destiladas em
geral possuem fenóis, aldeídos e sulfetos. Essas substâncias estreitam os vasos
sanguíneos.
·
Chocolate, vinho tinto, queijos duros, amendoim, carne defumada e frutas
cítricas contêm tiramina, substância que libera a prostaglandina, hormônio
responsável pela sensação de dor.
· Aditivos alimentares, como o glutamato de monossódico presente em temperos e alimentos industrializados e embutidos.
·
Histamina (queijos fermentados, alimentos fermentados, salsicha, atum,
anchovas e sardinhas em conserva).
·
Octamina e dopamina (frutas cítricas, banana, ameixa vermelha, figos,
passas e abacates)
·
A fenilalanina, presente em bebidas a base de cola, aspartame e outros
alimentos industrializados.
·
Tiramina (queijo cheddar, queijo cammembert, levedo de cerveja, peixe em
conserva, vinho tinto, cerveja, vagens e café).
Algumas vitaminas e minerais, e substâncias como a lecitina e os ácidos
graxos ômega-3, bem como também triptofano, anti-histamínicos, podem ser
importantes no combate à enxaqueca, pelo papel relevante que desempenham no
metabolismo do sistema nervoso.
Alimentos que auxiliam no controle da crise
·
Os ácidos graxos essenciais auxiliam no controle da dor. Assim, o
consumo de azeite de oliva, sardinha, salmão e anchova é indicado.
·
O triptofano ajuda a liberar serotonina, que proporciona sensação de
bem-estar. Alimentos como a banana, erva-cidreira, maracujá, pão, arroz, feijão
e granola contêm essa substância.
·
Os anti-histamínicos inibem a produção de prostaglandina, responsável
pela sensação de dor. São encontrados no orégano, cravo, canela e gengibre.
·
Alguns estudos demonstram que a deficiência de magnésio pode representar
um importante papel no desenvolvimento da enxaqueca no período menstrual.
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